terça-feira, 8 de julho de 2014

REABILITAÇÃO DA COLUNA VERTEBRAL


            As dores vertebrais benignas de origem osteoarticular, miofascial ou neuropática periférica são passíveis de tratamento conservador por meio de procedimentos convencionais de medicina física associados a recursos cinesioterápicos e medicamentosos.
DOENÇAS DEGENERATIVAS: a artrose cervical aumenta a partir dos 50 anos e é universal após os 70 anos. A artrose vertebral pode envolver as articulações e os discos intervertebrais de Luschka (cervical) e as articulações apofisárias. O principal fator incapacitante das síndromes degenerativas é a DOR, que varia de acordo com o nível e o local comprometido. A dor é acompanhada de rigidez, limitação de movimentos, contraturas musculares e crepitação. As manifestações clínicas podem ser agudas e crônicas, e a abordagem terapêutica varia para cada uma.
SÍNDROMES DOLOROSAS MIOFASCIAIS: são manifestações dolorosas mal definidas que acometem músculos e fáscias, com pouca ou nenhuma alteração radiográfica da região comprometida. Sinônimos: MIOFIBROSITE, MIOSITE REUMATOIDE, FIBROMIOSITE E FIBROMIALGIA. Atualmente a nomenclatura mais aceita nas clínicas de dor, define dois tipos de síndromes dolorosas de origem miofascial :
            SÍNDROMES DOLOROSAS MIOFASCIAIS GENERALIZADAS: fibromialgias não referidas a nenhum grupo específico, de etiologia desconhecida, sem fatores desencadeantes. Abordagem terapêutica: recursos medicamentosos, medicina física e fisioterapia.
            SÍNDROMES DOLOROSAS MIOFASCIAIS LOCALIZADAS: disfunção de um músculo ou grupo muscular com fatores etiológicos desencadeantes e mantenedores, que respondem ao tratamento local. Incidência e prevalência: regiões cervical e lombar. Quadro clínico: presença de pontos gatilho miofasciais (locais hiperirritáveis localizados nos músculos, nas fáscias e nos tendões. Obs: Síndrome do Piriforme está inclusa. Tratamento: alongamentos, aplicação de aerossol.

TRATAMENTO DA DOR

Os agentes físicos podem combater o processo álgico quando corretamente indicados e utilizados.
CRIOTERAPIA – o frio constitui agente analgésico por atuar diretamente nas terminações nervosas, diminuindo a velocidade de condução, e por estimular, de forma competitiva, as fibras amielínicas, agindo nos mecanismos de comporta de Melzack e Wall. Além disso, nos processos inflamatórios articulares, o frio, por sua ação vasoconstritora, pode reduzir a hiperemia e o edema. Nos músculos diminui os espasmos. Nas osteoartroses, a crioterapia pode ser utilizada como agente analgésico durante as fases de exarcebação do processo inflamatório e também nas fases de dor crônica.
CALOR – aumenta a extensibilidade do tecido colagenoso, diminui a rigidez das articulações, promove o alívio da dor. Contra-indicações: áreas com analgesia, isquemia, coagulopatias hemorrágicas, gestação, neoplasias e processos infecciosos agudos. O calor terapêutico pode ser:
Superficial: parafina, infravermelho, forno de Bier.
Profundo: ultrassom, ondas curtas, micro-ondas.
O calor superficial é excelente meio analgésico, em dores não inflamatórias, prévios à cinesioterapia.
            TERAPIA CONTRA-IRRITATIVA – TENS, Acupuntura.

TRATAMENTO DA DOR NAS DIFERENTES FASES

Fase aguda – nas síndromes dolorosas agudas de início súbitos, são indicados repouso com imobilização e medicamento antiinflamatório não-hormonal e crioterapia, com compressas ou bolsas de gelo, oito minutos por aplicação, 4 a 6 vezes por dia. Nas discopatias vertebrais com comprometimento radicular, a utilização de analgésicos contra-irritativos também é benéfica: TENS durante 30 minutos, 2 a 4 vezes por dia; e acupuntura elétrica ou agulhamento seco nos pontos dolorosos. Nesta fase do processo contra-indica-se o uso de calor profundo (ondas curtas, micro-ondas e ultrassom).
Fase crônica – Indicam-se o calor profundo e as terapias contra-irritativa. A massagem da zona reflexa tem efeito contra-irritativo de relaxamento muscular e atuação direta sobre a própria musculatura comprometida e pode ser indicada nas Síndromes miofasciais localizadas. Seus efeitos terapêuticos são de difícil avaliação, e sua aplicação sobre pontos hiperirritáveis, às vezes, piora o quadro doloroso. Há também a importância de eliminar os fatores que perpetuam a dor.

Livro: Ortopedia e Traumatologia. Sizínio Hebert et al.


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