As
dores vertebrais benignas de origem osteoarticular, miofascial ou neuropática
periférica são passíveis de tratamento conservador por meio de procedimentos
convencionais de medicina física associados a recursos cinesioterápicos e
medicamentosos.
DOENÇAS DEGENERATIVAS: a
artrose cervical aumenta a partir dos 50 anos e é universal após os 70 anos. A artrose
vertebral pode envolver as articulações e os discos intervertebrais de Luschka
(cervical) e as articulações apofisárias. O principal fator incapacitante das
síndromes degenerativas é a DOR, que varia de acordo com o nível e o local
comprometido. A dor é acompanhada de rigidez, limitação de movimentos,
contraturas musculares e crepitação. As manifestações clínicas podem ser agudas
e crônicas, e a abordagem terapêutica varia para cada uma.
SÍNDROMES DOLOROSAS MIOFASCIAIS: são
manifestações dolorosas mal definidas que acometem músculos e fáscias, com
pouca ou nenhuma alteração radiográfica da região comprometida. Sinônimos:
MIOFIBROSITE, MIOSITE REUMATOIDE, FIBROMIOSITE E FIBROMIALGIA. Atualmente a
nomenclatura mais aceita nas clínicas de dor, define dois tipos de síndromes
dolorosas de origem miofascial :
SÍNDROMES
DOLOROSAS MIOFASCIAIS GENERALIZADAS: fibromialgias
não referidas a nenhum grupo específico, de etiologia desconhecida, sem fatores
desencadeantes. Abordagem terapêutica: recursos
medicamentosos, medicina física e fisioterapia.
SÍNDROMES
DOLOROSAS MIOFASCIAIS LOCALIZADAS: disfunção de
um músculo ou grupo muscular com fatores etiológicos desencadeantes e mantenedores,
que respondem ao tratamento local. Incidência
e prevalência: regiões cervical e lombar. Quadro clínico: presença de pontos gatilho miofasciais (locais
hiperirritáveis localizados nos músculos, nas fáscias e nos tendões. Obs: Síndrome do Piriforme está inclusa.
Tratamento: alongamentos, aplicação
de aerossol.
TRATAMENTO
DA DOR
Os agentes
físicos podem combater o processo álgico quando corretamente indicados e
utilizados.
CRIOTERAPIA – o frio constitui agente analgésico
por atuar diretamente nas terminações nervosas, diminuindo a velocidade de
condução, e por estimular, de forma competitiva, as fibras amielínicas, agindo
nos mecanismos de comporta de Melzack e Wall. Além disso, nos processos
inflamatórios articulares, o frio, por sua ação vasoconstritora, pode reduzir a
hiperemia e o edema. Nos músculos diminui os espasmos. Nas osteoartroses, a
crioterapia pode ser utilizada como agente analgésico durante as fases de
exarcebação do processo inflamatório e também nas fases de dor crônica.
CALOR – aumenta a extensibilidade do tecido colagenoso, diminui a
rigidez das articulações, promove o alívio da dor. Contra-indicações: áreas com
analgesia, isquemia, coagulopatias hemorrágicas, gestação, neoplasias e
processos infecciosos agudos. O calor terapêutico pode ser:
Superficial:
parafina, infravermelho, forno de Bier.
Profundo:
ultrassom, ondas curtas, micro-ondas.
O calor superficial é excelente meio
analgésico, em dores não inflamatórias, prévios à cinesioterapia.
TERAPIA CONTRA-IRRITATIVA – TENS,
Acupuntura.
TRATAMENTO DA DOR NAS DIFERENTES FASES
Fase
aguda – nas síndromes dolorosas agudas de início súbitos, são
indicados repouso com imobilização e medicamento antiinflamatório não-hormonal
e crioterapia, com compressas ou bolsas de gelo, oito minutos por aplicação, 4
a 6 vezes por dia. Nas discopatias vertebrais com comprometimento radicular, a
utilização de analgésicos contra-irritativos também é benéfica: TENS durante 30
minutos, 2 a 4 vezes por dia; e acupuntura elétrica ou agulhamento seco nos
pontos dolorosos. Nesta fase do processo contra-indica-se o uso de calor
profundo (ondas curtas, micro-ondas e ultrassom).
Fase
crônica – Indicam-se o calor profundo e as terapias contra-irritativa.
A massagem da zona reflexa tem efeito contra-irritativo de relaxamento muscular
e atuação direta sobre a própria musculatura comprometida e pode ser indicada
nas Síndromes miofasciais localizadas. Seus efeitos terapêuticos são de difícil
avaliação, e sua aplicação sobre pontos hiperirritáveis, às vezes, piora o
quadro doloroso. Há também a importância de eliminar os fatores que perpetuam a
dor.
Livro: Ortopedia e Traumatologia.
Sizínio Hebert et al.
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