segunda-feira, 28 de julho de 2014

ULTRASSONOTERAPIA

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O TRATAMENTO COM ULTRASSOM

DEFINIÇÃO
No campo da Fisioterapia, denomina-se Ultrassom as oscilações (ondas) cinéticas ou mecânicas produzidas por um transdutor vibratório que se aplica sobre a pele com fins terapêuticos, atravessando-a e penetrando no organismo em diferentes profundidades.

O FEIXE ULTRASSÔNICO
      Na prática e na aplicação por contato direto do cabeçote, a zona em tratamento cai sempre no CAMPO PRÓXIMO (ZONA DE FRESNELL), de 2 cm para 3MHz e até 5 cm para 1 MHz.

Ou seja, para atingir tecidos mais superficiais utiliza-se o ultrassom na frequência de 3 MHz (onde a absorção acontece mais rápido); e para atingir tecidos mais profundos, 1 MHz.

Por ser heterogêneo, torna-se imprescindível MOVER O CABEÇOTE para evitar pontos quentes nas zonas fixas.

EFEITOS DAS ONDAS ULTRASSÔNICAS SOBRE O ORGANISMO
·         EFEITO TÉRMICO
Aplicando ultrassom na forma CONTÍNUA, o efeito mecânico consiste na vibração sobre os tecidos incididos. Estes tecidos ao apresentarem propriedades que não opõem resistência a estas ondas, praticamente deixam de existir os efeitos fisiológicos. Ao contrário, se opõem resistência às ondas de 1 ou 3 MHz, será gerada ENERGIA TÉRMICA por forte atrito intermolecular ou por agitação do meio eletrolítico dos líquidos intersticiais.
·         EFEITO MECÂNICO
No ultrassom pulsado, a emissão é interrompida de forma periódica intercalando pausas com o fim de dissipar o mínimo calor gerado durante o impulso. Esta modalidade é utilizada atualmente por seus efeitos positivos sobre a inflamação, a dor e o edema.

CAVITAÇÃO
      As pressões negativas no tecido durante a rarefação podem causar gases dissolvidos e formar bolhas. Esta formação de bolhas pode quebrar ligações moleculares entre o gás e o tecido. O colapso das bolhas libera energia que pode também quebrar ligações. Radicais livres produzidos durante a quebra de ligações pode levar a reações de oxidação. TRATA-SE, PORTANTO DE UM EFEITO DESTRUTIVO E DANOSO. É provocada pela elevada potência ou pelo excesso de tempo de aplicação sobre uma mesma região.

EFEITOS BIOLÓGICOS DO ULTRASSOM
·         Vasodilatação da área, com hiperemia e aumento do fluxo sanguíneo;
·         Aumento da permeabilidade celular e micro massagem, auxiliando no retorno venoso e linfático, favorecendo a reabsorção de edemas;
·         Incremento do metabolismo local, melhorando a capacidade de regeneração celular;
·         Incremento da flexibilidade dos tecidos riscos em colágeno, com diminuição da rigidez e da contratura, associada à cinesioterapia;
·         Efeito analgésico e espasmolítico.

INDICAÇÕES, PRECAUÇÕES E CONTRA-INDICAÇÕES

PARÂMETROS
      
Consultar literatura:
AGNE, Jones E. Eletrotermoterapia: teoria e prática.




terça-feira, 8 de julho de 2014

REABILITAÇÃO DA COLUNA VERTEBRAL


            As dores vertebrais benignas de origem osteoarticular, miofascial ou neuropática periférica são passíveis de tratamento conservador por meio de procedimentos convencionais de medicina física associados a recursos cinesioterápicos e medicamentosos.
DOENÇAS DEGENERATIVAS: a artrose cervical aumenta a partir dos 50 anos e é universal após os 70 anos. A artrose vertebral pode envolver as articulações e os discos intervertebrais de Luschka (cervical) e as articulações apofisárias. O principal fator incapacitante das síndromes degenerativas é a DOR, que varia de acordo com o nível e o local comprometido. A dor é acompanhada de rigidez, limitação de movimentos, contraturas musculares e crepitação. As manifestações clínicas podem ser agudas e crônicas, e a abordagem terapêutica varia para cada uma.
SÍNDROMES DOLOROSAS MIOFASCIAIS: são manifestações dolorosas mal definidas que acometem músculos e fáscias, com pouca ou nenhuma alteração radiográfica da região comprometida. Sinônimos: MIOFIBROSITE, MIOSITE REUMATOIDE, FIBROMIOSITE E FIBROMIALGIA. Atualmente a nomenclatura mais aceita nas clínicas de dor, define dois tipos de síndromes dolorosas de origem miofascial :
            SÍNDROMES DOLOROSAS MIOFASCIAIS GENERALIZADAS: fibromialgias não referidas a nenhum grupo específico, de etiologia desconhecida, sem fatores desencadeantes. Abordagem terapêutica: recursos medicamentosos, medicina física e fisioterapia.
            SÍNDROMES DOLOROSAS MIOFASCIAIS LOCALIZADAS: disfunção de um músculo ou grupo muscular com fatores etiológicos desencadeantes e mantenedores, que respondem ao tratamento local. Incidência e prevalência: regiões cervical e lombar. Quadro clínico: presença de pontos gatilho miofasciais (locais hiperirritáveis localizados nos músculos, nas fáscias e nos tendões. Obs: Síndrome do Piriforme está inclusa. Tratamento: alongamentos, aplicação de aerossol.

TRATAMENTO DA DOR

Os agentes físicos podem combater o processo álgico quando corretamente indicados e utilizados.
CRIOTERAPIA – o frio constitui agente analgésico por atuar diretamente nas terminações nervosas, diminuindo a velocidade de condução, e por estimular, de forma competitiva, as fibras amielínicas, agindo nos mecanismos de comporta de Melzack e Wall. Além disso, nos processos inflamatórios articulares, o frio, por sua ação vasoconstritora, pode reduzir a hiperemia e o edema. Nos músculos diminui os espasmos. Nas osteoartroses, a crioterapia pode ser utilizada como agente analgésico durante as fases de exarcebação do processo inflamatório e também nas fases de dor crônica.
CALOR – aumenta a extensibilidade do tecido colagenoso, diminui a rigidez das articulações, promove o alívio da dor. Contra-indicações: áreas com analgesia, isquemia, coagulopatias hemorrágicas, gestação, neoplasias e processos infecciosos agudos. O calor terapêutico pode ser:
Superficial: parafina, infravermelho, forno de Bier.
Profundo: ultrassom, ondas curtas, micro-ondas.
O calor superficial é excelente meio analgésico, em dores não inflamatórias, prévios à cinesioterapia.
            TERAPIA CONTRA-IRRITATIVA – TENS, Acupuntura.

TRATAMENTO DA DOR NAS DIFERENTES FASES

Fase aguda – nas síndromes dolorosas agudas de início súbitos, são indicados repouso com imobilização e medicamento antiinflamatório não-hormonal e crioterapia, com compressas ou bolsas de gelo, oito minutos por aplicação, 4 a 6 vezes por dia. Nas discopatias vertebrais com comprometimento radicular, a utilização de analgésicos contra-irritativos também é benéfica: TENS durante 30 minutos, 2 a 4 vezes por dia; e acupuntura elétrica ou agulhamento seco nos pontos dolorosos. Nesta fase do processo contra-indica-se o uso de calor profundo (ondas curtas, micro-ondas e ultrassom).
Fase crônica – Indicam-se o calor profundo e as terapias contra-irritativa. A massagem da zona reflexa tem efeito contra-irritativo de relaxamento muscular e atuação direta sobre a própria musculatura comprometida e pode ser indicada nas Síndromes miofasciais localizadas. Seus efeitos terapêuticos são de difícil avaliação, e sua aplicação sobre pontos hiperirritáveis, às vezes, piora o quadro doloroso. Há também a importância de eliminar os fatores que perpetuam a dor.

Livro: Ortopedia e Traumatologia. Sizínio Hebert et al.


terça-feira, 4 de março de 2014

A fisioterapia e as semânticas da vida


Talvez não se pense que exista uma relação mais aprofundada na semântica da palavra fisioterapia. Talvez realmente não exista, visto que no cotidiano quase nunca se pense a respeito. Sabemos que é derivada de duas outras gregas, physis e therapeía. De acordo com o Dicionário Aurélio da língua portuguesa, fisioterapia é um tratamento de doença por meio de exercícios e agentes físicos. Esta definição torna-se simplista por desconsiderar, ou deixar apenas implícito as palavras movimento e natureza. Desta forma, no cotidiano convencionou-se entender a fisioterapia apenas como tendo seu lado concreto, seja pela realização de exercícios, seja pelo uso dos agentes físicos como o frio, o calor, a eletricidade; e não é à toa que tanto precisamos dos conhecimentos desta ciência (física) durante todo o aprendizado que nos leva à profissão, afinal desempenhamos o papel de terapeutas dos distúrbios relacionados à cinética.
Aprofundando-se no significado de physis (algo mais apropriado para filósofos, do que para um fisioterapeuta) compreendemos como sendo “natureza”, mas em sentido amplo. Seu significado não pode ser entendido como sendo apenas o conjunto de seres e agentes físicos que constituem o universo, mas sim, uma força que mantém as coisas em constante “movimento” (transformação), afinal, desde o momento da concepção estamos nesta eterna mutação promovida por ele. Nascemos, crescemos, envelhecemos, mudamos durante toda a vida. Não só estão presentes os movimentos naturais que nos trazem mudanças fisiológicas. Surgem também as intempéries, as doenças que acarretam inconstâncias indesejáveis. E por fim, a morte surge como mais uma etapa deste ciclo de alterações.
Entre a gênese e a morte é onde está compreendido o nosso trabalho. Daí surge mais uma possível análise semântica e filosófica. A palavra em questão é “vida”. Obviamente cada um encara a interpretação da maneira que melhor lhe convém, mas levando em consideração a ciência na qual estamos inseridos, a fisioterapia, devemos relembrar de conceitos, palavras, expressões que sempre estiveram onipresentes durante o período acadêmico. O conceito de saúde adotado pela OMS; o termo “qualidade de vida”, que tanto é pregado nas diversas disciplinas; a “funcionalidade” tão necessária para uma existência plena. Todos estes conceitos estão presentes na formação acadêmica do fisioterapeuta, contudo nenhum deles, para mim foi mais tocante do que uma simples frase colada à parede da clínica escola da faculdade onde estudei. Confesso que não lembro exatamente das palavras escritas, mas sua essência permanece viva. Ela exaltava a vida não como o simples funcionamento dos órgãos, ou a ausência de uma certidão de óbito, mas sim como algo que tenha sentido e que valha a pena ser vivido. Era na verdade uma síntese de todos estes conceitos anteriores, postos apenas em uma simples frase. Lembro-me também que havia quem discordasse dela, utilizando o velho lugar-comum: “onde há vida, há esperança”, frase baseada em um pensamento bíblico que exalta uma virtude que está tragicomicamente relacionada à saúde pública do nosso país.
A vida do cidadão brasileiro comum, desprovido de grandes bens materiais, é baseada no ato de ter esperança. Utilizando mais uma vez o Aurélio, percebemos vários significados que se encaixam no cotidiano do indivíduo que necessita de fisioterapia ofertada pelo Sistema Único de Saúde: 1. Ato de se esperar o que se deseja; 2. Expectativa, espera... Enfim, a triste realidade das longas filas. Vale lembrar também, já que estamos falando em virtudes, que o símbolo da esperança é uma âncora. Mais uma vez a semântica se faz presente, mas podemos notar a ambiguidade que a palavra traz em si. Na interpretação teológica, a âncora que simboliza a esperança significa “suporte, segurança, abrigo”. Simultaneamente, quando pensamos em âncora surge a ideia náutica, de um objeto que afunda e faz a embarcação ficar presa, estagnada a algum lugar. Infelizmente estamos mais próximos do último significado e daí surgem questões fáceis de responder, porém difíceis de compreender. Pergunta: seria a fisioterapia um tratamento desnecessário, inútil, visto que há pouca oferta de vagas surgindo nos concursos públicos e baixa remuneração oferecida? Resposta: não. Pergunta: A funcionalidade do indivíduo que passou por alguma lesão de qualquer natureza será afetada pela grande demora das filas de espera do SUS? Resposta: sim. Duas perguntas simples e duas respostas mais simples ainda. Então onde reside a complexidade? Reside na frivolidade com que se trata a saúde do cidadão. Deixando de lado as questões que envolvem o desinteresse político (que é mais do que óbvio), não é fácil compreender o porquê de tamanho desconhecimento e desvalorização de uma profissão séria que possui suas práticas baseadas em evidências científicas e que acima de tudo não necessita de grandes empreendimentos financeiros, comparado à tratamentos farmacológicos. Uma possível resposta para essa questão é a grande oferta de profissionais no mercado. Tomando este fato como a causa da desvalorização, nos vemos diante de um quadro humilhante, onde estamos (nós fisioterapeutas e os cidadãos doentes) sendo usados como marionetes, e a questão volta ao fato óbvio do desinteresse político em beneficiar a população em prol de vãos interesses da politicagem.

Há quem diga que a culpa é de cada profissional que não se valoriza, vendendo seu trabalho de forma particular a preço irrisório. Há quem diga que a culpa é dos CREFITOS que não lutam por sua classe, algo em que não acredito. Porém, a questão maior não é somente a desvalorização do profissional da fisioterapia, mas sim a depreciação do valor humano, onde o cidadão tem sua semântica desconsiderada, esquecendo o seu real significado. Cidadão:indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado, ou no desempenho de seus deveres para com este”. Resta apenas seu outro significado: “habitante da cidade”, ao qual pode-se acrescentar: usável como objeto, coisa.

Jhons Cassimiro - Fisioterapeuta CREFITO 7333

sábado, 1 de março de 2014

AMPUTAÇÕES, ÓRTESES E PRÓTESES



A classificação de uma amputação é baseada no nível em que o membro é amputado e é designada por TRANSVERSA quando ocorre no plano transverso ao osso. É designada por DESARTICULAÇÃO quando ocorre numa articulação. Há também a amputação CONGÊNITA, quando o paciente nasce sem um membro (ou parte dele).

 Nos membros inferiores, os níveis de amputação são classificados da segunda forma:

PRÓTESES DE AMPUTAÇÃO PARCIAL OU TOTAL DO PÉ:
·         LISFRANC – a amputação pode ocorrer abrangendo todos os ossos falângicos e metatársicos.
·         DESARTICULAÇÃO DE CHOUPART – além dos ossos citados anteriormente, também parte dos ossos do tarso (cuboide, cuneiforme e navicular).
·         PIROGOFF – quando ocorre a remoção do tálus e parte do calcâneo, o restante é fixado na tíbia por artrodese.
·         SYME – quando a amputação é transmaleolar, considerando-se esta como sendo uma transição para a amputação transtibial.




PRÓTESES DE AMPUTAÇÃO TRANSTIBIAL
·         1/3 inferior da tíbia e fíbula
·         1/3 médio da tíbia e fíbula
·         1/3 superior da tíbia e fíbula

PRÓTESES DE DESARTICULAÇÃO DO JOELHO
         Neste tipo de amputação, a articulação do joelho é preservada.

PRÓTESES DE AMPUTAÇÃO TRANSFEMORAL
         Depende da zona do fêmur que é conservada.
·         1/3 inferior
·         1/3 médio
·         1/3 superior

PRÓTESES DE DESARTICULAÇÃO DO QUADRIL
Há conservação do colo do fêmur e acetábulo.







CONSIDERAÇÕES SOBRE PRÓTESES
·         O design de um encaixe é feito de forma a contatar toda a superfície do coto de maneira a minimizar a pressão.
·         É necessário ter em conta as zonas que toleram melhor a pressão e as mais sensíveis.
·         A zona do ligamento patelar é dos que melhor tolera a pressão e por isso as convexidades interiores do encaixe são as mais proeminentes nesta área.
·         Zonas sensíveis, onde deve ser exercida menos pressão: músculos gêmeos, cabeça da fíbula, borda anterior da tíbia, os côndilos tibiais e a parte distal da tíbia.

CONSIDERAÇÕES SOBRE ÓRTESES
·         Dispositivos aplicados externamente, compostos por um componente ou um conjunto deles, aplicados à totalidade ou parte dos membros inferiores, superiores, tronco, cabeça ou pescoço; para auxiliar os sistemas neuromuscular e esquelético.

ÓRTESES DE MEMBRO INFERIOR
São classificadas conforme o membro e a articulação que necessita de correção.
a)    FO (Foot Orthose)

b)    AFO (Ankle Foot Orthose)

c)    KAFO (Knee Ankle Foot Orthose)

d)    HKAFO (Hip Knee Ankle Foot Orthose)