sábado, 19 de outubro de 2013

FISIOTERAPIA NA SÍNDROME DO PIRIFORME

SÍNDROME DO PIRIFORME


v  O músculo piriforme está estreitamente relacionado ao nervo ciático, o que possibilita que trauma e inflamação sejam clinicamente representados por dor ciática. A Síndrome do Músculo Piriforme é um tipo de dor ciática relacionada a uma condição de espasmo ou hipertrofia do m. piriforme tendo em vista sua íntima relação topográfica com o nervo ciático.

v  ETIOLOGIA – múltiplas etiologias são apontadas:

o   Hipertrofia do m. piriforme
o   Pseudoaneurisma da artéria glútea inferior
o   Excesso de exercícios
o   Esforço repetitivo
o   Inflamação e espasmo do músculo
o   Traumas diretos ou indiretos nas regiões sacroilíaca ou glútea
o   Contratura em flexão do quadril
o   Infecção
o   Variação anatômica
  
v  Caracteriza-se por distúrbios sensitivos e motores na área de distribuição do nervo ciático e tem como SINTOMAS:
o   Dor lombar estendendo-se ao membro inferior afetado
o   Sensibilidade à palpação sobre a incisura isquiática maior
o   Pode ocorrer atrofia glútea
o   Alteração do reflexo aquileo
o   Parestesia do lado afetado
o   Ligeira claudicação

v  A Síndrome do Piriforme apresenta sintomas idênticos aos de uma hérnia de disco, com a exceção da ausência de sinais neurológicos verdadeiros. Um sinal importante para a Síndrome do Piriforme é quando o paciente apresenta dor na nádega irradiada para o membro inferior ao realizar o teste AIF (adução, rotação interna e flexão de quadril), o que tensionaria o músculo piriforme por alongamento e em decorrência comprimiria o nervo isquiático.

Para diagnóstico clínico, faz-se o alongamento do piriforme:


Solicite ao paciente que, deitado na maca, abrace o joelho da perna sintomática e traga-o em direção ao ombro contralateral (conforme a seta da figura acima), realizando Flexão+Adução+Rotação Interna. Esta manobra alonga o piriforme, e um aumento da dor é sugestivo de envolvimento muscular nos sintomas.

O tratamento base é o conservador e inclui:
o   Fisioterapia
o   Medicação anti-inflamatória
o   Relaxantes musculares
o   Correção de anormalidade biomecânicas

v  O paciente que não tiver melhora no regime conservador torna-se candidato para a terapia mais agressiva, como injeção local de anestésico e corticosteróide.


FISIOTERAPIA NA SÍNDROME DO PIRIFORME

 O tratamento tem como objetivos a redução da dor, melhora da flexibilidade e força e diminuição da tensão do músculo piriforme e dos músculos próximos à região, através de técnicas de massagem.
Poderão ser utilizados aparelhos como Ultrassom e TENS para o alívio da dor e formigamento/dormência e deve ser orientado um programa de alongamentos e fortalecimentos.
A utilização de ultrassom e massagem são técnicas efetivas para remover metabólitos e tecido cicatricial (evita fibrose), além de acelerar a resolução da lesão.
A Crioterapia deverá ser feita para diminuir a dor, pois o gelo tem efeito analgésico e anti-inflamatório. Método Panqueca, 20 minutos. Repetir 3 vezes por dia.
Os exercícios devem ser iniciados assim que houver algum alívio da dor, de acordo com o quadro apresentado pelo paciente. Os alongamentos devem ser feitos no início de forma leve e os fortalecimentos devem ser introduzidos gradualmente. Todos os músculos envolvidos, além do piriforme, devem ser alongados e fortalecidos para que funcionem em harmonia.

Exercícios de reabilitação da síndrome do piriforme:





1 - Alongamento Piriforme: 

Deitar em decúbito dorsal com os joelhos dobrados. 


Manter o pé da perna sã apoiado no chão e cruzar a perna lesionada sobre ela. 



Segurar a coxa da perna sã, puxando o joelho de encontro ao peito até sentir alongar as nádegas e, possivelmente, todo o lado externo do quadril do lado lesionado.  



Manter por 30 segundos e repetir 3 vezes.










2 - Alongamento em Pé da Musculatura Isquitibial:
Começar colocando o calcanhar da perna lesionada sobre um banco de, aproximadamente, 40 cm de altura.
Inclinar o tronco para frente e flexionar o quadril até sentir um leve alongar na parte posterior da coxa.
Colocar as mãos nos pés, ou tornozelo caso não os alcance.
Manter os ombros e as costas eretos.
Manter o alongamento por 30 a 60 segundos e repetir o exercício 3 vezes.




3 - Enriste Pélvico: 


Deitar sobre as costas, com os joelhos dobrados e os pés apoiados no chão.  



Contrair os músculos abdominais e encostar a coluna no chão. 



Manter a posição por 5 segundos e relaxar.  



Repetir 10 vezes e fazer 3 séries.




4 - Enrolamento Parcial: 
Deitar sobre as costas com os joelhos dobrados e os pés apoiados no chão.  


Colocar as mãos atrás da cabeça, mantendo os cotovelos para cima. 



Lentamente levantar os ombros e cabeça do chão, contraindo os músculos abdominais. 



Manter essa posição por 3 segundos. 



Retornar à posição inicial e repetir 10 vezes.  



Progressivamente, fazer 3 séries. 



Desafie-se colocando as mãos atrás da cabeça com os cotovelos para fora.



5 - Extensão do Quadril de Bruços:
De bruços e com as costas sempre retas, contrair uma nádega contra a outra e, ao mesmo tempo, suspender a perna lesionada, uns 10 cm do solo.
Manter a perna elevada por 5 segundos e, então, abaixá-la.
Repetir 10 vezes e fazer 3 séries.



Outros vídeos de alongamentos e mobilização:




REFERÊNCIAS: 

HAHN E SCCHMITT. A fisioterapia na Síndrome do músculo piriforme: uma revisão da literatura. Revista UNINGÁ Review. Vol. 16, n.1, pp.18-21 (Out - Dez 2013).







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